As Demandas Comerciais e de Segurança de Trump ao Canadá
- Prof. Ms. Josiel Medeiros
- 20 de abr.
- 3 min de leitura
Parece que o usuário mencionou "o referente assunto mencionado", mas não deu um tópico claro. A última conversa foi sobre "O que Trump realmente quer do Canadá", com um texto acadêmico em seis parágrafos. Pode ser que o usuário queira que eu elabore algo relacionado a esse tema, mas preciso de confirmação. Vou precisar pedir uma pergunta de esclarecimento para ter certeza do que ele espera.

Donald Trump adota com o Canadá uma abordagem firmemente inspirada no princípio do “America First”, que se traduz na busca por vantagens econômicas e estratégicas a qualquer custo, mesmo frente a um aliado histórico. Em primeiro lugar, suas reivindicações centram‑se na eliminação de barreiras comerciais que, em sua visão, prejudicam produtores norte‑americanos, especialmente nos setores de laticínios e de madeira.
Trump denuncia as cotas e tarifas de importação canadenses sobre produtos lácteos, que podem chegar a 250%, e critica as restrições alfandegárias aplicadas à exportação de madeira serrada para os Estados Unidos. Ao ameaçar elevar ainda mais essas tarifas, ele busca forçar a renegociação das regras de comércio agropecuário, impondo a abertura irrestrita do mercado canadense em favor dos interesses do agronegócio e da indústria madeireira dos EUA.
Paralelamente às questões econômicas, o ex‑presidente insiste para que o Canadá cumpra, de forma mais célere e rigorosa, as obrigações de defesa previstas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Trump costuma reivindicar que Ottawa atinja o patamar mínimo de 2% do PIB em gastos militares, criticando atrasos e insuficiências que, segundo ele, colocam em risco a segurança coletiva norte‑americana. Esse discurso não apenas serve para pressionar o governo canadense, mas também reforça sua narrativa interna de zelador da segurança nacional, beneficiando sua base política ao demonstrar postura firme perante parceiros internacionais.
Outra dimensão central de sua estratégia envolve a segurança nas fronteiras. Invocando preocupações com o ingresso de drogas ilícitas — em especial o fentanil, cuja crise de overdose continua a ceifar milhares de vidas nos EUA —, Trump recorreu, em fevereiro de 2025, à Lei de Poderes Econômicos em Emergências Internacionais (IEEPA) para impor tarifas adicionais. Essa manobra visa coagir o governo canadense a intensificar a fiscalização nas fronteiras, compartilhar informações de inteligência e colaborar mais estreitamente no combate ao tráfico transnacional de entorpecentes. Trata‑se, portanto, de combinar pressão econômica e diplomática para reforçar mecanismos de controle fronteiriço.
No plano doméstico, as medidas de retaliação tarifária geram reações mistas entre consumidores e empresários dos dois países. Enquanto as indústrias dos EUA celebram a perspectiva de novas janelas de exportação, muitos varejistas e famílias canadenses já reportam aumento nos preços de produtos importados, o que pode acarretar perda de popularidade ao governo federal de Ottawa. Por outro lado, tais tensões também encorajam o Canadá a diversificar seus parceiros comerciais, reduzindo a dependência histórica do mercado americano e buscando acordos bilaterais com outras nações para mitigar os impactos de futuras crises de confiança.
Em suma, o que Trump realmente quer do Canadá é a obtenção de concessões comerciais significativas, um comprometimento mais consistente de defesa e uma cooperação reforçada em segurança de fronteira, tudo isso articulado por meio de uma retórica de força que combina ameaças de tarifas, exigências de investimento militar e condicionamento de sanções a avanços concretos nas negociações. Mais do que meros ganhos setoriais, essa agenda geoeconômica atua como instrumento de sua narrativa política interna, ao mesmo tempo em que testa a resiliência e a capacidade de autonomia estratégica de um tradicional aliado dos Estados Unidos.
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